<i>Marcha da Fome</i> em Sacavém
Acompanhada por Bernardino Soares, presidente da Câmara de Loures, Inês Zuber, segunda candidata da CDU às eleições para o Parlamento Europeu, participou quinta-feira na Marcha da Fome, em Sacavém, uma recriação das lutas travadas a 8 e 9 de Maio contra os racionamentos e o envio de géneros alimentícios para Alemanha nazi, nas quais o PCP teve um papel decisivo.
Defender o direito inalienável à soberania e independência
«As greves de 8 e 9 de Maio constituíram uma grandiosa, importante e significativa jornada de luta contra o fascismo. Dezenas de milhares de operários e camponeses da Região de Lisboa e do Baixo Ribatejo responderam ao apelo do PCP para a concretização de dois dias de greve “pelo pão e pelos géneros», lia-se num painel da exposição da Editorial Avante! patente no local onde terminou a marcha. «Aos salários de miséria tinha-se juntado o açambarcamento de géneros – encaminhados por Salazar para a Alemanha Nazi – e o mercado negro, o que possibilitou o rápido e escandaloso enriquecimento de alguns à custa da fome e dos trabalhadores», lembra o texto da exposição.
No texto dá-se ainda conta de que «as grandiosas jornadas de Julho-Agosto de 1943, reclamando o pão e exigindo o aumento de salários, fortaleceram a unidade da classe operária, permitindo a identificação dos seus interesses com a actividade dos comunistas».
Defender os trabalhadores
70 anos depois, junto ao Monumento ao Trabalhador Cerâmico, Inês Zuber frisou que no dia 25 de Maio «teremos a oportunidade de honrar os nossos avós e pais que nessas greves de 1944 arriscaram lutar por um futuro melhor», dando «mais força à CDU para, no PE e em Portugal, ter maior capacidade para defender os interesses dos trabalhadores e do País, para defender o direito inalienável à soberania e independência, para abrirmos caminho a uma política, patriótica e de esquerda».
A propósito da «saída limpa» anunciada pelo PSD/CDS, a candidata informou que em Setembro «aterrará uma nova missão de fiscalização e avaliação do FMI, do BCE e da Comissão Europeia» e que no dia 25 de Maio, dia das eleições, «a mesma troika, o mesmo FMI, o BCE e a Comissão Europeia, com Draghi, Lagard e Durão Barroso, pretendem realizar em Sintra uma conferência para afirmar e impor a política que nos tem empurrado para a pobreza e que nos tem retirado direitos e conquistas».
Por seu lado, Bernardino Soares, referindo-se àquele momento do passado, salientou que «mesmo nas condições mais difíceis é possível lutar e é possível ganhar», como aconteceu nas eleições autárquicas. «Assinalamos este aniversário a olhar para o futuro, dizendo que é pela luta que fazemos avançar o País», acentuou. «Temos que dizer a todos que a alternativa é a CDU, não é ficar em casa, não é votar em falsas ilusões de mudança, para continuar a mesma política», disse ainda.
João Ferreira em Viana do Castelo
Energia é sector estratégico
No dia 8 de Maio, João Ferreira deslocou-se a Viana do Castelo, onde teve a oportunidade de contactar com os trabalhadores da Enercon, multinacional alemã do sector da energia eólica, junto às instalações da empresa. A presença do primeiro candidato da Coligação naquele local tinha um duplo objectivo: afirmar o compromisso essencial com os trabalhadores e os seus direitos e, por outro lado, a defesa intransigente do sector energético para qualquer projecto de desenvolvimento soberano do País e, como tal, de carácter público.
Nos últimos cinco anos, os deputados eleitos pela CDU no Parlamento Europeu foram incansáveis na denúncia do caminho defendido pela UE para este sector, apostado na sua privatização e «liberalização» – o que, traduzindo, significa apenas e só a sua entrega a poderosos monopólios europeus. Foi precisamente isto que sucedeu no País, com a privatização da REN, combatida pelo PCP e pelo PEV tanto nas instituições (nacionais e europeias) como fora delas.